quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Fauna e flora do Peru


Na zona árida da costa, a vegetação, composta principalmente por cactáceas, está adaptada para atrair a umidade da atmosfera brumosa. Os vales fluviais dessa região constituem autênticos oásis. Durante o verão, o aquecimento das águas marinhas provoca a morte do plâncton e, em conseqüência, o desaparecimento de grande parte dos peixes e das aves marinhas.
A aridez das ladeiras ocidentais da cordilheira Ocidental diminui com a altura. Cactos, gramíneas, arbustos espinhosos e algumas árvores crescem nas zonas altas, enquanto que nas punas — altiplanos situados a mais de 3.500m — dominam os pastos de gramíneas, habitats de animais bem adaptados a essas condições naturais, a lhama, a alpaca, oguanaco e a vicunha. Em altitudes superiores a cinco mil metros, só subsistem musgos, líquens e algumas ervas.
A leste dos Andes, na Amazônia peruana, a paisagem biológica é em tudo semelhante à da Amazônia brasileira, e a flora, naturalmente, dá lugar à floresta tropical, cuja fauna em nada difere da do extremo norte do Brasil, representada por onças, antas, ariranhas, porcos-do-mato, grande variedade de macacos, maior ainda de aves e insetos.

Clima do Peru

  O clima do Peru tem três tipos diferenciados: árido tropical (litoral), de montanha (altiplano e cordilheira) e equatorial (trecho amazônico).
A corrente de Humboldt, ou do Peru, desloca ao largo da costa peruana, na direção norte, uma imensa quantidade de água fria procedente da Antártica e tem notável influência sobre o clima. A temperatura média da costa do Peru é de seis a oito graus mais baixa do que seria de esperar em vista da latitude. As precipitações são praticamente nulas na área que se estende do oceano até os primeiros contrafortes dos Andes, mas a costa em geral se mostra coberta, durante boa parte do ano, por densas brumas úmidas. O sol brilha sobre Lima no verão, mas durante o resto do ano fica coberto pela névoa.
Com certa periodicidade se forma no oceano uma contracorrente, chamada El Niño, que impele para sul água quente da zona equatorial e empurra a corrente fria para longe da costa. A evaporação de suas águas inusitadamente quentes produz chuvas catastróficas numa área que habitualmente aparece entre as mais secas do planeta.
Na região andina o clima é temperado e seco, com chuvas sazonais, entre 2.500 e 3.500m. Na região amazônica, o clima é quente e chuvoso.

 Meio Ambiente
Lima - Não é pouca coisa: o Ministério do Meio Ambiente do Peru (MINAM) lançou no dia 22 de julho o "Programa Nacional de Conservação de Florestas para Mitigação das Mudanças do Clima, uma iniciativa que visa preservar 54 dos 72 milhões de hectares de florestas tropicais deste país amazônico. 
Na coletiva de imprensa realizada em Lima, Antonio Brack, o ministro desta pasta, deu os detalhes do programa, aprovado por Decreto do Poder Executivo. E lembrou que, até o momento, foram desmatados pelo menos 7 milhões de hectares ou 9,25% da floresta amazônica peruana. 
Problemas internos e externos
Um dos grandes problemas, reconhecido até mesmo por fontes MINAM, é que as concessões florestais para exploração de madeira no Peru, continuam sendo responsabilidade do Ministério da Agricultura (MINAG), sem qualquer tipo de autoridade por parte da área ambiental.Contínuas denúncias de irregularidades neste processo tem causado preocupação da Defensoria.

Também não ficou claro se esse programa vai estar associado com o REDD (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal), algo que ainda está sob estudo. De acordo com Ísola, "as estimativas de captura de CO2 variam conforme o tipo de floresta" e espera-se determinar, com metodologias apropriadas "nas áreas de intervenção do programa." Porém o mais urgente é ter um registro detalhado da situação. Não existe um inventário detalhado dos recursos florestais e como observa Milagros Sandoval da Conservação Internacional, é necessário coordenar todas estas iniciativas " com as políticas de desenvolvimento, de modo que elas se relacionem com os macro objetivos do governo. 

Todo este debate acontece com o Congresso discutindo uma nova Lei de Florestas e da Fauna Silvestre, apresentada pelo Executivo em julho (segundo os críticos, sem consulta suficiente). E logo após o acordo energético assinado pelo Brasil e Peru em junho, que preve a construção de oito barragens na Amazônia peruana, com impactos negativos sobre o meio ambiente.

Mais recentemente veio dos Estados Unidos uma série de declarações relativas ao anexo sobre florestas do Acordo de Livre Comércio (TLC) assinado entre os dois países. Sander M.Levin, membro do comitê do Congresso Norteamericano que acompanha este acordo, chegou a falar sobre uma "violação dos compromissos ambientais" assumidos.

Então, não é fácil a preservação das florestas no Peru. No entanto, o Programa Nacional de Conservação de Florestas para a Mitigação das Mundaças Climáticas "segue em frente e segundo o MINAN já conseguiu um crédito da JICA (Japan International Cooperation Agency) no valor de US $ 40 milhões, com outras fontes financeiras como o Banco Mundial, o Banco Interamericano de Desenvolvimento e a Agência Alemã de Cooperação (GTZ) .

Por último, espera-se que o Programa inclua não somente os 54 milhões de hectares anunciados, mas os 72 milhões totais, porque estes 18 milhões de hectares restantes sempre estarão sujeitos à várias ameaças


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O Peru tem aumentado o ritmo de desmatamento da floresta amazônica. Segundo organizações da sociedade civil falta "governança ambiental" (foto: Ramiro Escobar)





 
A biodiversidade dos bosques peruanos será protegida pelo programa do governo. Não será fácil (foto: Ramiro Escobar)

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